O que mudou na gestão do doente com VIH, no último ano e meio? Este é o ponto de partida do webinar da INSIDE NOW, realizado no dia 15 de julho, que reuniu as experiências vivadas em Lisboa e no Porto, pelo olhar dos diretores dos serviços de Infecciologia do Hospital Curry Cabral e do Hospital de Santo António: Prof. Doutor Fernando Maltez e Prof. Doutor Rui Sarmento e Castro, respetivamente. À visão dos especialistas junta-se a do GAT - Grupo de Ativistas em Tratamentos, representado pelo diretor executivo, Ricardo Fernandes.
O Hospital Garcia de Orta, em Almada, verificou um aumento de consultas e de internamentos relacionados com a infeção por VIH, em 2020. Estivemos “INSIDE” e falamos com vários especialistas, que partilharam a realidade vivida no Serviço de Infecciologia, ao longo do último ano.
“No âmbito da infeção VIH, mantivemos – e até aumentamos ligeiramente – o número de doentes que vieram pela primeira vez à nossa consulta”, revela o Dr. Nuno Marques, diretor clínico do Conselho de Administração do Hospital Garcia de Orta, acrescentando que o total de doentes em seguimento também foi maior, em 2020, face ao ano anterior.
No serviço de Infecciologia da Unidade de Saúde Local de Matosinhos, há 1235 doentes com VIH em seguimento ativo.
O número total de consultas feitas pelo Serviço de Infecciologia da Unidade de Saúde Local de Matosinhos caiu para quase metade, no ano passado, ao contrário dos internamentos pelos quais foi responsável, que cresceram substancialmente. “Nós dávamos apoio a mais ou menos 350 doentes internados por ano e, no final de 2020, tínhamos internados na enfermaria geral mais de 750 doentes covid”, recorda a diretora, Dr.ª Isabel Neves.
“Tivemos de nos multiplicar”, afirma o Dr. Joaquim Oliveira, do Serviço de Doenças Infecciosas do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), justificando: “Tínhamos um internamento de 29 camas e, neste momento, temos três internamentos, com o mesmo quadro médico, o que é, de facto, um desafio muito grande”.
Os cenários da primeira e da segunda vaga da COVID-19 são diferentes, não só em termos de números – a ocupação dos cuidados intensivos é maior –, mas também no que concerne às características dos doentes. “As pessoas que estamos a internar, em média, são mais novas do que aquelas que tivemos nos primeiros meses deste ano”, revela o diretor do serviço de Infecciologia do Hospital de Santo António, no Porto, Prof. Doutor Rui Sarmento e Castro.
A responsável pela Consulta de Imunodeficiência da Unidade Hospitalar de Portimão, Dr.ª Domitília Faria, fala sobre o impacto da COVID-19 na organização do serviço e na resposta dada aos doentes, garantindo que toda a atividade se manteve, embora parte das consultas tenham sido realizadas pela via não presencial.
O Hospital Curry Cabral está a preparar-se para o número crescente de casos de COVID-19 e para a pressão que é previsível na necessidade de internamentos. Como? Aprimorando o que já tinha sido estabelecido no início da pandemia: a criação de circuitos covid e não covid e a reorganização do internamento e do ambulatório.
O impacto da pandemia no tratamento da VIH é menor do que o inicialmente temido, avança o programa das Nações Unidas UNAIDS, apesar de dados recentes terem demonstrado que a COVID-19 teve umarepercussão significativa nos serviços de teste de VIH.
As pessoas que vivem com VIH correm ou não um risco acrescido de contrair o novo coronavírus? E, por outro lado, existe uma maior mortalidade associada à COVID-19 no que toca a estes doentes? É neste sentido que se tem debruçado a investigação clínica.
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