Três especialistas de Medicina Interna reuniram-se, no dia 15 de março, para abordar a gestão do doente cardiovascular e com fatores de risco, fazendo uma ponte entre a realidade vivida no último ano e aquele que será o cenário após a terceira vaga de COVID-19. São eles o Dr. Francisco Araújo, o Dr. Nuno Bragança e o Dr. Vítor Paixão Dias.
O Serviço de Medicina Interna do Hospital Garcia de Orta, em Almada, reorganizou-se, devido ao contexto pandémico, tendo ficado responsável pelo internamento COVID-19 – não cuidados intensivos. “Em termos de internamento, não deixamos nada para trás”, sublinha o assistente graduado Dr. Estevão Pape, garantindo que foi também possível dar resposta às solicitações dos doentes com “patologia comum”.
Em entrevista à INSIDE NOW, o diretor do Serviço de Medicina Interna do Hospital São João, Dr. Jorge Almeida, recorda o impacto repentino da segunda vaga: “Nós estávamos tranquilos e eu, de um dia para o outro, tive de fechar um setor e abrir 29 camas para covid, numa sexta-feira, e, no domingo, abri outras 29. Portanto, nós passamos de zero para 58, em dias”.
O impacto da segunda vaga de COVID-19 sobre o internamento nos hospitais do SNS tem sido “muito grande”, o que “desestrutura a atividade programada”, afirma Dr. António Oliveira e Silva, diretor do Serviço de Medicina Interna do Hospital de Braga. Sublinha, no entanto, que tem existido uma “série de adaptações”, ao longo do tempo, permitindo – a seu ver – dar uma resposta eficaz.
“Muita da diferença na qualidade do tratamento deveu-se à Medicina Interna”. A afirmação é do diretor do Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Prof. Doutor Armando Carvalho, que alude à intervenção dos profissionais da especialidade na resposta à pandemia de COVID-19.
A Medicina Interna foi, na visão do Prof. Doutor Manuel Teixeira Veríssimo, a especialidade que mais suportou a primeira onda de COVID-19 e que maior resposta dará a uma possível segunda vaga. Enquanto presidente do Conselho de Administração do Hospital Distrital da Figueira da Foz, revela que a urgência foi reduzida a um terço, durante o período de confinamento.
Na qualidade de diretor do Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/ Espinho, o Dr. Vitor Paixão Dias esteve à conversa com a InsideNow para explicar como tem sido feita a retoma de consultas, quais os desafios de uma eventual segunda vaga e qual o papel da Medicina Interna no combate à pandemia.
Dr. José Araújo: “Houve uma atenção muito grande do hospital para não descurar outras patologias”
Tempo: 37m19s
![]() 2438 atendimentosna urgência COVIDDestes, 1650 verificaram-se na Urgência Covid Adultos e 788 na Urgência Pediátrica. Fonte: Hospital Distrital da Figueira Da Foz. Dados referentes ao período compreendido entre 13 de março de 2020 e dia 08 de setembro. |
![]() 37 CASOS POSITIVOSEM 5.937 TESTESHá a registar três médicos infetados, “não sendo certo” que a infeção tenha ocorrido em contexto profissional. Fonte: Hospital Distrital da Figueira Da Foz. Dados referentes ao período compreendido entre 13 de março de 2020 e dia 08 de setembro. |
![]() 9.289 TELECONSULTASVerificou-se uma redução de toda a atividade programada, particularmente, nas consultas presenciais, tendo sido compensada pelo aumento de consultas não presenciais. Todas as especialidades foram afetadas, no entanto, foi mais notório nas especialidades cirúrgicas, porque, além de terem reduzido as consultas realizadas, não realizaram a atividade cirúrgica programada, avançando apenas com as prioritárias e urgentes. Fonte: Hospital Distrital da Figueira Da Foz. Dados referentes ao período compreendido entre 13 de março de 2020 e dia 08 de setembro. |
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