A segunda parte desta entrevista ao Prof. Doutor António Pacheco Palha começa com uma referência à Terapia Ocupacional, que é considerada "muito importante, na organização do dia e de objetivos". A integração dos serviços de Psiquiatria nos hospitais gerais e, a partir de 1963, a criação de centros de saúde mental são também marcos da história da evolução da especialidade, aos quais se juntam as novidades terapêuticas.
Esta é a primeira parte de uma conversa sobre a história da Psiquiatria em Portugal. Pela voz do Prof. Doutor António Pacheco Palha, recuamos até momentos como a transformação do Convento de Rilhafoles no Hospital Miguel Bombarda, em Lisboa, e construção do Hospital Conde Ferreira, no Porto, e a organização das Ordens Religiosas.
Formar psiquiatras cada vez “mais capazes”, nas vertentes clínica e científica, é um dos objetivos da Associação Portuguesa de Internos de Psiquiatria. Quem o diz é o atual presidente, Dr. João Brás, que fala ainda dos desafios trazidos pela pandemia à formação e revela uma das iniciativas planeadas para este ano: um ciclo de webinars, que começa já este mês.
A diretora do Serviço de Psiquiatria do Hospital Beatriz Ângelo, Prof.ª Doutora Maria João Heitor, destaca que não houve uma redução das consultas externas, ao contrário do que seria espectável, existindo, inclusive, “um ligeiro aumento, embora muito à custa de teleconsultas”. Na sua visão, este é um indicador de que as equipas, apesar da pandemia, “continuaram a dar uma boa resposta”, mas não deixa de apontar as fragilidades do SNS.
Na globalidade, as consultas realizadas no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL) aumentaram 0,8%, entre janeiro e outubro, face ao período homólogo do ano anterior. Já as idas à Urgência registaram uma quebra de 20%. Mas, além dos números, a segunda parte desta entrevista revela as estratégias implementadas para continuar a garantir uma resposta aos doentes, em termos de consultas externas, internamentos, bem como no caso dos residentes e do serviço de reabilitação.
“Há mais mundo para lá da pandemia e temos que dar resposta a essas problemáticas também”. A afirmação é feita pela Prof.ª Doutora Maria João Heitor, enquanto presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), que dá ainda a conhecer o plano de ação desenhado para este mandato, que iniciou em março e que inclui a intervenção junto da sociedade civil e da classe política para defesa dos direitos das pessoas com doença mental.
A INSIDE NOW foi conhecer a realidade do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, onde estão internadas quase 400 pessoas e são seguidos milhares de doentes, a nível de consulta externa. O Dr. Miguel Nascimento, adjunto da Direção Clínica, o enfermeiro gestor Luís Rocha, adjunto da Direção Enfermagem, e a terapeuta ocupacional Ana Lídia Franganito descrevem-no como um espaço que existe numa perspetiva multidisciplinar, que pretende estar próximo da comunidade e derrubar muros, tanto físicos como ideológicos, associados à Psiquiatria.
O “estabelecimento de equipas de saúde mental comunitária, em todos os serviços de Psiquiatria do país” é um dos cinco pilares da reforma proposta pelo Plano Nacional para a Saúde Mental. Neste âmbito, o Prof. Doutor Miguel Xavier refere que o objetivo passa por criar, por ano, 10 equipas de Saúde Mental, até 2025. Conheça os restantes, neste vídeo.
Embora nada substitua um contacto presencial, numa situação de pandemia, a possibilidade de fazer consultas de Psiquiatria por telefone ou vídeo é uma “mais valia enorme”, defende o Prof. Doutor Miguel Xavier, diretor do Programa Nacional Para a Saúde Mental, adiantando que este será um modelo que “vai ficar”, sobretudo, para situações em que as pessoas estão longe do hospital ou do centro onde são seguidas.
Sete em dez portugueses que estiveram em quarentena ou já recuperados da COVID-19 acusaram sofrimento psicológico e mais de metade apontou sintomas de depressão moderada a grave, revela um estudo do Instituto Nacional Ricardo Jorge (INSA).
Alertou o Prof. Doutor GöranHajak, no âmbito do webinar intitulado “Novos desafios e oportunidades na gestão da Esquizofrenia”. O evento visou abordar o impacto da pandemia por COVID-19 e os novos desafios que a doença colocou na prática clínica em psiquiatria e na vida dos doentes, em particular no que respeita a escolha da abordagem terapêutica e sob o ponto de vista farmacológico. A sessão, promovida pela JabaRecordati, decorreu a 1 de outubro e contou com a moderação da Dr.ª Sofia Brissos.
Psiquiatria no PortoIdas à urgência em quedaUm estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, aceite para publicação na revista científica Psychiatric Quarterly, indica que, entre 19 de março e 2 de maio, foram registados 780 idas à Urgência Metropolitana de Psiquiatria do Porto: Trata-se de uma quebra de 52% comparativamente ao mesmo período de 2019, em que se verificaram 1.633 episódios de urgência. A redução é mais acentuada entre os jovens e as mulheres, embora estas últimas contabilizem a maioria dos episódios. Fonte: Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Setembro de 2020 |
53% DOS ADULTOS (EUA)COVID-19 AFETA SAÚDE MENTAL53% dos adultos, nos Estados Unidos, relataram que a sua saúde mental foi afetada negativamente pela preocupação e pelo stresse associados ao novo coronavírus. Fonte: “The Implications of COVID-19 for Mental Health and Substance Use”, em Kaiser Family Foundation. Agosto 2020. |
Burnout52% DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDEDurante o combate à pandemia de Covid-19, mais de metade dos profissionais de saúde (52%) apresentaram sinais de burnout, em Portugal. Fonte: Agência Lusa. Setembro 2020. |
45.641É o número de chamadas atendidas pela Linha de Aconselhamento Psicológico, lançada a 1 de abril, em Portugal. Fonte: SNS (Capacidade SNS – Resposta à pandemia, de 26 de outubro) |
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