Há 20 mil licenças do Microsoft Teams ativas no SNS
O Dr. José Araújo fala dos desafios impostos pela pandemia ao contacto com os doentes e com os colegas, apontando a Teams como uma mais-valia, “no sentido de encontrar alternativas que consigam garantir o acesso dos doentes aos serviços de saúde”, mas também de “criar um sistema de atuação híbrido, que consiga aproximar as especialidades médicas”. A estas características, o Diretor do Serviço de Oncologia Médica do Centro Hospitalar e Universitário do Porto acrescenta a possibilidade de reduzir os tempos de decisão clínica e de gerar impacto na qualidade de referenciação, diagnóstico e tratamento dos doentes. Sobre a Teams, o Engenheiro Domingos Pereira, membro do Conselho de Administração dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, esclarece que há, neste momento, cerca de 20 mil utilizadores ativos desta ferramenta, e que o licenciamento feito a 10 anos se inicia nas 90 mil licenças e vai até às 115 mil. “Temos, aqui, um potencial de utilização de uma ferramenta que já provou ajudar muito no trabalho das equipas e, portanto, que gostaríamos de ver amplamente utilizada”, afirma, adiantando ainda que haverá um grande investimento, sobretudo, em termos de ativos de rede. “Pretendemos, em articulação com a Microsoft, avançar com um projeto que se destina, exatamente, a criar condições de formação e de motivação desta ferramenta, ao nível dos hospitais e das unidades de cuidados de saúde primários”, avança.
Veja o vídeo, e fique a conhecer melhor as mais valias da Teams e o investimento feito:
Especialistas debatem potencialidades da Teams nas Consultas de Decisão Terapêutica
A Unidade Funcional de Radiologia de Intervenção do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia tem “utilizado bastante esta ferramenta”, revela o Dr. Tiago Pereira, explicando que a Teams permite a partilha de conteúdos, bem como a realização de reuniões, além de tornar possível o acesso aos ficheiros do hospital, em qualquer lugar ou dispositivo. “Não faz nada radicalmente diferente de outras plataformas, consegue é ter as ferramentas todas juntas, ao mesmo tempo, numa só plataforma, e que, ainda por cima, é oficial dentro do sistema. E para mim essa é uma das grandes mais valias”, defende o radiologista de intervenção. A mesma visão é partilhada pelo Dr. Paulo Calvinho, cirurgião torácico do Hospital Santa Marta: “Tem sido, para mim, para a equipa que coordeno e para o nosso grupo do Cancro do Pulmão, um momento grande de aprendizagem e, desde as primeiras reuniões que tivemos, fui indagar junto do nosso sistema informático e do nosso Conselho [de Administração] para implementarmos esta plataforma”. Numa perspetiva do setor privado, o Dr. Pedro Chinita admite que a experiência com o Teams tem “altos e baixos”, mas destaca que os colegas de Radiologia conseguem, a partir de casa, apresentar os exames de forma pormenorizada, e que o mesmo acontece com a Medicina Nuclear. “Eu diria que a discussão que existe com o grupo de Oncologia dos Lusíadas, em Lisboa, funciona razoavelmente bem”, sublinha o coordenador da unidade de Radioterapia. Já no Porto, o Prof. Doutor Helder Novais e Bastos, pneumologista no Centro Hospitalar e Universitário de São João, afirma que estão ainda a explorar todas as potencialidades do Teams, frisando que esta tem sido importante para a realização das reuniões multidisciplinares. “Acho que, futuramente, o plano passará também por potenciar a possibilidade de comunicação inter-instituição e não apenas intrainstitucional”, conclui. No IPO de Coimbra, a realidade foi semelhante, de acordo com a Dr.ª Lourdes Barradas, que diz que a realização de reuniões de decisão terapêutica via Teams tem “corrido bem”.
Fique a par da opinião dos médicos, neste vídeo:
IPO de Coimbra e Cuidados de Saúde Primários juntos no diagnóstico precoce na neoplasia do pulmão
No âmbito do diagnóstico precoce na neoplasia do pulmão, a Dr.ª Lourdes Barradas dá a conhecer um projeto piloto que pretende criar um “canal de acesso direto”, através da Microsoft Teams, entre o Serviço de Pneumologia do IPO de Coimbra – do qual é diretora – e os cuidados de saúde primários. Assim, foram escolhidas duas unidades, nomeadamente a Unidade de Cuidados de Saúde Primários e a Unidade de Saúde Familiar (USF) Coimbra Centro. A plataforma digital será utilizada para compartilhar informação dos doentes com suspeita de cancro do pulmão e, a partir daí, “estabelecer um intercâmbio entre os cuidados de saúde primários e o hospital”, bem como realizar consultas através da plataforma RSE Live. Do lado da Medicina Geral e Familiar, a Prof.ª Doutora Inês Rosendo, coordenadora na USF Coimbra Centro, apresenta os desafios e as oportunidades inerentes a este projeto. “Eu acho que um desafio, nesta área do cancro do pulmão, vai ser mesmo a questão da acessibilidade destorcida, em que as pessoas com coisas mais graves têm tendência a não vir, com medo de serem enviadas para o hospital e ficarem internadas”, afirma. Por outro lado, salienta: “Pode ser uma oportunidade ótima para gerar esta partilha que nós sentimos tanta falta, nos Cuidados de Saúde Primários”.
Saiba mais sobre o projeto:
Guia prático do Teams, by Eng.º Hélder Seabra
O Engenheiro Hélder Seabra, administrador de Sistemas do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia, apresenta as potencialidades da Microsoft Teams e deixa também algumas dicas práticas para a sua implementação.
Assista ao vídeo e fique a conhecer melhor esta ferramenta: