“Portugal tem dos mais baixos rácios de enfermeiros por 100 mil habitantes dos países da OCDE. E daí ter surgido a proposta, há cinco anos, para conseguirmos alcançar a média – não o topo – teríamos que fazer um plano a 10 anos, contratando 3 mil enfermeiros por ano. Isso não aconteceu e hoje temos ainda mais necessidade”, contextualiza.
A bastonária sublinha que a oferta de contratos de quatro meses não é “aliciante” e critica os critérios de atribuição de prémios a quem trabalhou durante a primeira vaga.
Na sua visão, o conceito de “linha da frente” não existe, justificando: “Está toda a gente a trabalhar como se fosse uma engrenagem para que isto funcione. Os que estão na retaguarda, os dos centros de saúde, os do INEM e os que estão, efetivamente, nos covidários. Porque como nós não tínhamos enfermeiros para abrir todos os serviços novos, fomos busca-los onde? Aos serviços que já tínhamos”.
Ana Rita Cavaco garante que há pessoas para as quais os cuidados de saúde não chegaram atempadamente e considera que o novo Estado de Emergência está a “atuar sobre o depois”, através de medidas que fazem “pouco sentido”.